A Caminho de Ontem
Foi interessante ver o presidente da A.E.P ( Associação Empresarial de Portugal ) Ludgero Marques, voltar novamente á carga com a necessidade de flexibilizar os despedimentos, facilitando os mesmos, sendo que só assim se poderá impulsionar a economia, incentivar o investimento e salvar as empresas. Flexibilizar os despedimentos, no entender de Ludgero Marques será um salto qualitativo, senão o que os empresários estarão a fazer é “aguentar os trabalhadores” Uma postura destas só revela uma crónica miopia empresarial e um saudosismo incompreensível de um modelo de gestão fundamentado no medo, tendo por princípio absoluto que se um empregado tiver medo de perder o seu posto de trabalho renderá muito mais que aquele que se sente “confortável” e “seguro”. Esta miopia só é possível face ao distanciamento que muitos empresários portugueses têm da realidade Europeia e Mundial (e aqui sim não nos importamos que nos comparem e tentem elevar a esse nível), a única coisa que estes “Barões Empresariais” vêm e têm como focus é o aumento da produtividade das suas contas bancárias. Ao ter uma maior “rotatividade de funcionários” têm sempre “carne fresca” a trabalhar a baixos custos e estão sempre na calha para os famigerados subsídios e reduções de carga fiscal pelo simples facto de estarem a contratar trabalhadores para o seu primeiro emprego, estatisticamente vendo as coisas (pois esta gente tem uma pura aversão em sair dos seus escritórios e descer ao mundo real) o cenário até se apresentaria evolutivo, estatisticamente estariam a ser criados vários novos postos de trabalho…. O conceito de que um trabalhador rende mais se sente o seu lugar em perigo, até pode ter algum sustento, mas será que rende em qualidade? E se não rende em qualidade qual é o custo dessa “Não-Qualidade” versus um trabalhador que quando faz bem faz bem á primeira? Veja-se o caso da Mattel, fabricar brinquedos na Ásia em termos de mão-de-obra é uma pechincha e os custos face aos lucros são por demais evidentes, depois acontece uma coisa destas, como a recolha de cerca de 180 Milhões de brinquedos. Quanto custou á Mattel esta recolha, tanto em dinheiro como em imagem? Nunca se irá saber porque isso são contas que a poucos interessa que venham a “terreiro.
Ora e o que é que esta questão tem a ver com a Murtosa…TUDO e NADA!
Caso algum dia se venha efectivamente a aprovar uma qualquer lei que garanta mais liberdade aos patrões para despedir a seu bel prazer, a Murtosa nunca será, ou será muito pouco afectada por uma medida desta natureza pela simples razão que não produz postos de trabalho e não nos venham com a semântica de que somos um concelho pequeno, com poucos recursos, blá,blá,blá.. vejamos em termos comparativos a situação dos nossos vizinhos de Estarreja. Há 10 anos e “pico” atrás o que é que era Estarreja? Um concelho que vivia maioritariamente do seu parque químico que dava trabalho a muita gente (ainda hoje dá), hoje instalam-se lá : Intermarchés, Pingos Doces, Lidls, Hotéis…. e a Murtosa continua paulatinamente o seu caminho em direcção a “ontem”
Mas será assim tão difícil competir pela instalação de uma destas superfícies na nossa terra? Estarreja dista uns meros 6-8 Km’s da Murtosa, as acessibilidades entre os dois concelhos são razoáveis, portanto distância é um factor praticamente negligenciável, então onde reside a diferença? Em nosso entender, só poderão residir nas condições oferecidas. Imagine-se que se cedia terreno a uma destas empresas para se instalar no nosso concelho…imagine-se… e em contrapartida 60% dos postos de trabalho a serem criados teriam que mandatoriamente ser destinados a quem tivesse residência no concelho, sendo os restantes 40% de livre escolha da entidade empregadora…
O desenvolvimento da Murtosa não se pode confinar exclusivamente ou quase, dos negócios imobiliários, que são como todos nós sabemos, controlados por meia dúzia de “empresários”/”Contructores”
Daqui a 10Anos o que é que será da Murtosa?
- Uma população cada vez mais envelhecida.
- Um “Dormitório”… ninguém trabalha no concelho, só lá reside…
- Um local aprazível para passar o verão, onde quem pode terá uma casinha de praia para os meses de Julho e Agosto.
Que será feito dos jovens que não terão a possibilidade de sair da Murtosa e procurar emprego por outras paragens? Onde encontrarão sustento?...Ahhhh…pois….. na construção civil dos tais empresários… Que será feito da Murtosa?
Será que caminhamos inexoravelmente para “ontem”?
E quando lá chegarmos o que fazemos?
Dá que pensar não dá ?
Ora e o que é que esta questão tem a ver com a Murtosa…TUDO e NADA!
Caso algum dia se venha efectivamente a aprovar uma qualquer lei que garanta mais liberdade aos patrões para despedir a seu bel prazer, a Murtosa nunca será, ou será muito pouco afectada por uma medida desta natureza pela simples razão que não produz postos de trabalho e não nos venham com a semântica de que somos um concelho pequeno, com poucos recursos, blá,blá,blá.. vejamos em termos comparativos a situação dos nossos vizinhos de Estarreja. Há 10 anos e “pico” atrás o que é que era Estarreja? Um concelho que vivia maioritariamente do seu parque químico que dava trabalho a muita gente (ainda hoje dá), hoje instalam-se lá : Intermarchés, Pingos Doces, Lidls, Hotéis…. e a Murtosa continua paulatinamente o seu caminho em direcção a “ontem”
Mas será assim tão difícil competir pela instalação de uma destas superfícies na nossa terra? Estarreja dista uns meros 6-8 Km’s da Murtosa, as acessibilidades entre os dois concelhos são razoáveis, portanto distância é um factor praticamente negligenciável, então onde reside a diferença? Em nosso entender, só poderão residir nas condições oferecidas. Imagine-se que se cedia terreno a uma destas empresas para se instalar no nosso concelho…imagine-se… e em contrapartida 60% dos postos de trabalho a serem criados teriam que mandatoriamente ser destinados a quem tivesse residência no concelho, sendo os restantes 40% de livre escolha da entidade empregadora…
O desenvolvimento da Murtosa não se pode confinar exclusivamente ou quase, dos negócios imobiliários, que são como todos nós sabemos, controlados por meia dúzia de “empresários”/”Contructores”
Daqui a 10Anos o que é que será da Murtosa?
- Uma população cada vez mais envelhecida.
- Um “Dormitório”… ninguém trabalha no concelho, só lá reside…
- Um local aprazível para passar o verão, onde quem pode terá uma casinha de praia para os meses de Julho e Agosto.
Que será feito dos jovens que não terão a possibilidade de sair da Murtosa e procurar emprego por outras paragens? Onde encontrarão sustento?...Ahhhh…pois….. na construção civil dos tais empresários… Que será feito da Murtosa?
Será que caminhamos inexoravelmente para “ontem”?
E quando lá chegarmos o que fazemos?
Dá que pensar não dá ?
4 Comments:
Concordo com o que escreveu pois em muitas conversas que tenho tido tenho feito essas mesmas perguntas. Se pararmos na Praça Jaime Afreixo á quinta feira e falarmos com os nosso conhecidos questionando acerca da família e em particular dos filhos quase todos respondem: Estão bem. Estão em Lisboa/Porto/Aveiro/Madeira/Açores etc... Então e a Murtosa? Condomínio fechado para pré reformados e/ou reformados. Assim não vamos lá. Nem com as ciclovias que nos vão invadir. Já agora aproveito para referiri que os advérbio de modo não são acentuados ("mandatoriamente"). Cumprimentos dete seu leitor e comentador assíduo.
Obrigado e agradecemos a correcção que já se encontra efectuada no post.
Sou quem comentou este post e muitos outros. Lamento comentar como anónimo mas prefiro não me identificar. É uma decisão minha. Se lhe causa transtorno não o farei mais. Gostaria de adoptar uma designação para saber quais os meus comentários e não me misturar com os outros ofensivos que diz receber mas sinceramente não sei como fazer. Sou leigo no assunto. Se me poder ajudar a alterar isso agradecia.
Cumprimentos.
Caro Amigo(a),
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