quinta-feira, agosto 04, 2005

Até Sempre Rubirosa...


Porfirio Rubirosa Posted by Picasa

Nestas coisas da vida, quando “saimos de cena” não nos é facultada a hipótese de um “encore”, saimos e pronto.
É uma realidade que a condição humana aceita com algum custo, resta o consolo de que tenhamos deixado marcada de alguma forma a nossa passagem por esta vida...

O Porfírio foi uma dessas pessoas.

Saiu de cena inesperadamente, não teve direito a “encore” ( ninguém tem ) mas merece o aplauso das nossas almas, um aplauso forte e sentido que perdurará na memória de muitos por longo tempo.

“ Ó senhor Rubirooosaaa, dê-nos uma boleia p’ra Torrera home...” – frase das vendedeiras de peixe que perdurará na memória de muitos com um sorriso eterno.

Lembrar-se-ão do Porfírio pela sua dedicação á Santa Casa tanto na Mesa de Irmãos como vestido a rigor nos cortejos que acabavam sempre com o Rubirosa a leiloar as mais diversas oferendas...
O Grupo Coral e o extinto Orfeão da Murtosa lembra-lo-ão pela voz...
O PSD pelo activismo politico e a Paróquia de Pardelhas.....a sua amada Pardelhas, pelo empenho e dedicação quando era preciso, o Salão Paroquial que o diga...
O Porfírio viveu a Murtosa, viveu pela Murtosa, mesmo quando a vida lhe quiz ser “madrasta” nunca virou as costas á Murtosa e por isso marcou a Murtosa.
Há pessoas assim...

A imagem mais querida que tenho do “Bira” é a do sketch da Caldeirada...
Uma amigo arranjou-me o texto que agora transcrevo.
Quem conheçe o sketch imediatamente vê o Porfírio de sorriso rasgado...

E cando nós nos casemos, tú lembras-te Maria ?
Aquilo é que foi comer. Nunca me esquece esse dia.
Ó se m’alembro Manel, isso lá pode esquecer
Eu até fiquei inchada de comer e de beber

Foi galinha e arroz doce,vinha branco e vinho tinto
Eu nem me quero alembrar, ó que saudades eu sinto
Até comemos bananas e pessegos de caroço
Ainda sinto na boca o gosto daquele almoço

E óspois o retratista, tirouo nosso retrato
E fiquemos muito lindos tu de vestido e Eu de fato
E no fim fomos p’ra Aveiro, tu alembras-te Manel
Á ida foi de camboio á vinda de mercantel

Foi verdade foi Maria, desse dia tenho pena
Nu, t’alembras quíncalhamos lá na cabeça da trena
Imos na proa quentinhos, que nem num quarto d’hotel
Aquilo é que foi dormir, tu alembras-te Manel

Recordemos com Soidade, o tempo que já lá vai
- Agora que já sou Mãe
- Agora que já sou Pai
E juntinhos sempre assim, um lindo par nós fazemos
Senão comermos agora não faz mal que já comemos
Senão comermos agora não faz mal que já comemos

Nunca se diz Adeus a um amigo, mas um até sempre...
O Céu ficou mais alegre neste mês de Agosto de 2005...
PS:
O Dr. Manuel Arsêncio concerteza que me perdoará o facto de ter utilizado uma foto do Porfírio publicada no seu blog, mas creio que facilmente me perdoará a ousadia dado o fim do seu uso.
O seu post : “Só se morre quando se é esquecido “ é um belo tributo ao amigo Porfírio.