segunda-feira, abril 02, 2007

2 Anos

Fez no passado dia 29 de Março precisamente dois anos que iniciamos a nossa aventura na blogosfera Murtoseira. Estamos para ficar!

Fazendo uma análise destes dois anos, o resultado é francamente positivo, pese embora tenhamos passado por momentos atribulados, muito fruto quer parecer, de que á data do nosso aparecimento a blogosfera Murtoseira andava em ebulição. As prórpias personagens que pululavam pela blogosfera, fossem elas proprietários de blogs ou meros utilizadores curiosos, não estavam nem preparados nem á altura de conviver com tamanha liberdade de expressão, ademais quando a blogsofera lhes granjeava a possibilidade do anonimato irresponsável, quando não entendiam ou não encaixavam determinados posts a ignorância levava-os para o insulto e desrespeito. Hoje, ou ganharam poder de encaixe ou a Blogosfera deixou de ser a novidade encantada da época, a nós parece-nos que a última é mais verossímil.

Desde 29 Março 2005 até á presente data desviamo-nos um pouco do nosso propósito inicial que era trazer á luz do dia algumas pérolas da Murtosa de Ontem que ao longo dos anos tinham cruzado o nosso caminho e também dar enfâse á Murtosa de Hoje. Não foi por falta de material de “ontem” para publicar/partilhar, mas porque a Murtosa de hoje virou á esquerda quando em nosso entender deveria ter virado á direita, note-se desde já que esta frasealogia de esquerda e direita não tem qualquer conotação politica, somente simbólica, para dar corpo á ideia de que a Murtosa não está a trilhar o caminho que gostaríamos e que nos propuseram em época eleitoral.

Assumimos claramente uma posição crítica, incómoda (basta ver os mimos a que tivemos direito em Dezembro último no Jornal da Terra), mas acima de tudo construtiva. A Murtosa está estagnada, fechada sobre si mesma, uma “panela de pressão” que mais cedo ou mais tarde irá explodir, mas que para já somente serve o propósito de cozinhar os interesses e conceitos de alguns. Entregamos aos outros a responsabilidade da defesa dos nossos interesses e até á data saímos a perder, o facto de que existem interesses comuns não implica que, mesmo sendo nós pequenos, abdiquemos da firme defesa dos mesmos e tão pouco invalida o facto de que o poderemos fazer de modo partilhado, agora dar a condução a outros é erro grosseiro de “gestão de danos”.

Não nos magoa a fábrica do IKEA ter ido para onde foi, magoa sim o facto de que nem sequer tentamos…
Não nos magoa que em Estarreja estejam a ser implantadas e ampliadas superfícies comerciais de algum relevo e dimensão, magoa sim o facto de que nem sequer tentamos… e ainda por cima levamos desculpas esfarrapadas como a defesa do comércio tradicional, e Estarreja não tem comércio tradicional? Desapareceu?... quiçá sofre com esta concorrência, mas é a vida… e no entanto existem medidas que podem ser adoptadas para minorar estes efeitos…
Não nos magoa que outros estejam a tirar os maiores dividendos da nossa praia, magoa sim que deixem o areal num estado lastimável, cheio de porcaria e copos partidos que num dia de sol e vendaval faz com que o areal mais pareça um crivo, magoa sim que os deixemos fazer isso e não os chamemos “á pedra” e os obriguemos a limpar.
A blogosfera Murtoseira é á data de hoje em nosso entender pouco interventiva, quiçá muito pelo facto de que a maioria dos blogs são de teor pessoal, tempos houve em que até os blogs pessoais não se coibiam de ter uma voz interventiva na vida do Concelho, hoje essa realidade esmoreceu.

Gostávamos de ver uma Murtosa mais voltada para os Murtoseiros, mas sendo verdade a sábia voz popular que ao longo das gerações vem afirmando que a Murtosa é uma boa madrasta e uma fraca Mãe, tudo está dito…ou talvez não.
A blogosfera pode ter um papel crucial nesta consciencialização de que existe de facto outro caminho a trilhar, haja coragem por quem assumiu tal compromisso de o trilhar e compete a todos, seja via uma Blogosfera, seja via um jornal ou de outra forma qualquer alertar, opinar e sugerir formas alternativas, é esse espírito que o Alma Murtoseira tem vindo ao longo dos últimos tempos a trilhar, pode ser incómodo, pode ser irreverente, pode não ser a gosto de alguns palatos, mas é a realidade.

Uma palavra de apreço a todos os que por cá têm aparecido, seja com contribuições positivas que nos ajudam a orientar a linha editorial, seja com as menos positivas que nos ajudam a entender quando é que realmente atingimos “um nervo” e vale a pena continuar a insistir.

Cá estamos e por cá ficamos.
Obrigada a todos.