segunda-feira, março 01, 2010

Ás voltas na Murtosa

Tempos houve em que jocosamente se dizia que os engenheiros que projectavam grande parte das estradas em Portugal eram “ingleses”, pois quando os “obreiros” tugas lhes perguntavam se estava tudo bem, a resposta era sempre “YES”, vai daí, dada a pouca compreensão da lingua inglesa.... bota mais um “S” na estrada e assim se justificava, jocosamente, porque é que as estradas em Portugal estavam repletas de curvas e contra curvas...

Esses tempos já lá vão e hoje os engenheiros responsáveis pelas nossas vias de circulação já não são “ingleses” mas sim tugas e os “obreiros” já não são tugas mas sim um “caldeirão” de nacionalidades, verifica-se no entanto que continua a existir uma aversão por simplicidade e facilidade ou isso ou então a comunicação com os “obreiros” não funciona. Hoje quando confrontados com a necessidade de projectar uma via, seja qual for a razão, a coisa dá-lhes volta á cabeça e dão voltas e mais voltas e os “obreiros”dada a sua pouca compreensão para a nova “linguagem dos mestres” ao vê-los dar tantas voltas, assumem que a idea que querem transmitir é que é preciso uma rotunda, assim se justifica, jocosamente, a proliferação de rotundas que se vê um pouco por todo o lado, ao qual a Murtosa pelos vistos também não escapa.

Vejamos alguns exemplos em concreto:
- A rotunda da ponte da Varela era mesmo necessária?
Em nosso entender era sim senhor, a forma como veio facilitar e ordenar a circulação entre quem vinha da Murtosa e quem vinha de Ovar, sem prejuízo de ninguém e em benefício de todos é por demais notória.
- As rotundas entre a Varela e a Torreira eram necessárias?
Em nosso entender não. Qual a mais valia? A palavra de ordem parece ser: A cada cruzamento uma rotunda. Mas será que todos os outros modelos que permitam mudanças de faixa se esgotam em rotundas?
- A rotunda ao “Depósito de Água” no Bunheiro era mesmo necessária?
Em nosso entender era sim senhor, pelas mesmíssimas razões da existência da rotunda na Ponte da Varela.
- A sequência de rotundas que vão nascer como cogumelos na estrada entre Murtosa e Estarreja são mesmo necessárias?
Em nosso entender não. Vão-se criar essas rotundas para quê? Facilitar as mudanças de via nos cruzamentos? Reduzir a velocidade a que se circula naquela via?

Como tudo neste país, quando não se sabe melhor procura-se o facilitismo, isto aliado ao facto de que o ego tuga tem proporções desmesuradas, quanto mais complicada for a obra, melhor exemplifica a complexidade da mente que a criou e uma mente complexa é uma mente superior....no que toca a vias de circulação o que está em voga nos dias que correm são rotundas e o pior de tudo é que os “mestres” que tomam estas decisões, depois obrigam-nos a viver com elas para o resto das nossas vidas (salvo seja...)
Ainda não vimos em lugar nenhum (pode ter sido por não termos procurado o suficiente, admitimo-lo...) informação que explique de forma clara e justificada, quais os benefícios de se andarem a criar rotundas por tudo quanto é lado e o porquê de se ter optado por esse modelos em detrimento de outros (se é que se consideraram outros modelos...), certo é que a Murtosa começa indubitável e finalmente a apanhar o combóio do resto do País.

Portugal já anda á nora e ás voltas escusado seria obrigar-nos fazermos o mesmo em sentido literal...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E as Leiras da estrada?
Não são para se cuidar?

terça-feira, 02 março, 2010  

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