Celebrou recentement 25 anos de existência a Rádio da Murtosa.
A data foi comemorada com um jantar na Estalagem Riabela onde estiveram reunidas diversas pessoas que ao longo dos ultimos anos “cruzaram caminhos” com aquela estação emissora. Pelas conversas que fomos tendo sobre a matéria e pela importância que a SFM tem no seio da Murtosa seguramente que se impunha (mais um) post sobre a rádio da Murtosa.
Um dado está seguro, a Rádio por tudo o que representou, representa e esperemos que irá representar tem desde já assegurado o seu lugar no vasto historial da Murtosa.
Os tempos mudam, evolui-se e pese embora o conceito de evolução vem na sua maioria das vezes associado a melhoramentos, por vezes nem sempre assim o é.
Há coisas que mudam....outras nem por isso.
Os tempos de há 25 anos atrás eram outros assim como a rádio de há 25 anos atrás também era outra, chamava-se então Saldida F.M., mas não foi só no nome que se verificaram mudanças. O “sangue, suor e lágrimas” que se viveu há 25 anos atrás por aquela estação perdeu-se dizem..., quiçá fruto dos tempos que se vivem, das circunstâcia que obrigam a uma outra postura ou talvez pelo simples facto de hoje se ver a rádio de uma outra forma.
Já a 05 de Nov.’09 questionavamos se porventura outros interesses se levantavam, pois o que outrora fora exclusivamente murtoseiro, hoje aparentemente assim não o é.
É por demais notório que o tecido comercial tanto da murtosa como dos concelhos limitrofes não tem condições de suportar tantas rádios e a SFM, assim como seguramente as rádios dos outros concelhos debatem-se como o mesmo problema:
Como sobreviver?
Como sobreviver sem perder identidade?
A SFM sobrevive, mas seguramente perdeu identidade e essa perda de identidade levou á “morte” da Saldida F.M.
Despediu-se da rádio quem 25anos esteve á frente dos seus destinos e sem fazer julgamentos, seguramente com uns anos “mais bons” outros anos “menos bons”, certo é que 25anos á frente da uma instituição é coisa de se lhe “tirar o chapéu”. Deu o seu lugar a “sangue novo”, mais jovem e felizmente com algum “historial” naquela estação emissora. A ver vamos como se irão comportar e se serão capazes (assimo esperamos) de levar a bom porto a “nau” que agora comandam..... Boa sorte rapazes...
Mas retornemos ao cerne do tema.
Das cinzas da Saldida F.M. surge a SFM. Ouvi um comentário de uma personagem dizer que uma casa só é tão boa quanto as suas fundações, frase sábia e inteiramente aplicável a esta situação. Certo e seguro é que aparentemente, dizem as “vozes entendidas” a SFM tendo a Saldida FM por base, tem boas fundações, só que como se sabe por vezes existem intempéries ás quais nem umas boas fundações resistem e lá se vai a construção toda. Corre a SFM risco do mesmo? Em nossa opinião e pelas conversas tidas...talvez, quem sabe? Tudo dependerá de circunstâncias e de capacidades. Dependerá de algumas circunstâncias e capacidades que poderão ser por exemplo o estado em que este rapazes forem encontrar a rádio, poderá depender também da sua capacidade para tomar as rédeas dos acontecimentos em detrimento do “deixa estar como está e depois se vê” e por fim há sempre que considerar imponderáveis que alguns “Powers to Be” podem provocar...para bom entendedor meia palavra basta...
Falar da rádio na Murtosa sem abordar a questão do “Bairrismo” torna-se dificil.
Sem ser exacerbado, bairrismo é um motor que impulsiona desejos que por sua vez concretizam projectos. Tambem já aqui o dissemos, a Rádio é da Murtosa, sempre foi e seria muito bom que sempre fosse. Hoje, pelo que entendemos corre o risco de perder irremediávelmente a sua identidade Murtoseira. A sua conotação com a Murtosa aparentemente advem de dois simples factores:
- Primeiro porque fisicamente está implantada no concelho da Murtosa.
- Segundo porque determinadas condicionantes da lei da rádio a tal obriga, fora isso na SFM nada do que outrora representava a Saldida FM existe, bastando para tal (e pondo as coisas de uma forma nua e crua) ver que o que na practica se verifica é que a SFM cede o seu nome e as suas instalações a troco de uma renda mensal, sendo que a sua gestão, aparentemente a todos os níveis, não depende directamente de qualquer membro directivo. Limita-se ou limitara-se aparentemente a existência directiva a ver como as coisas andam e pouco mais, pois a gestão da rádio é feita por quem paga ao final do mês... De uma forma muito simplista: - Alugou-se uma rádio tal qual se aluga um apartamento.. Honestamente não estamos em crer que quem há 25anos se lançou nesta aventura algum dia lhes passaria pela cabçea que este seria o destino de todo o seu tabalho, esforço e dedicação e é um pouco neste sentido que arriscamos afirmar que porventura corre a Murtosa o risco de perder em definitivo algo que quer se goste quer não se goste faz indubitavelmente parte da sua história.
Existem soluções, umas financeiras e outras estruturais, que em nosso entender poderão permitir que a rádio da murtosa subsista sem correr o risco de perder a sua identidade murtoseira, mas isto implica uma grande dose de disponibilidade dos corpos directivos, implica de facto algum saber e alguns conhecimentos, mas acima de tudo implica ser-se isento, imparcial e objectivo. Não diriamos que durante estes 25 anos a radio não foi isenta, imparcial e objectiva, foi seguramente, mas poderia ter sido mais e “melhor” isenta, mais e “melhor” imparcial e mais e “melhor” objectiva e tão ou mais importante que esta postura está o “saber estar” de quem gere os destinos da instituição... Resta saber qual a disponibilidade e o conhecimento destes rapazes e se efectivamente têm “saber estar” para governar a radio e trazer água ao seu moinho...
Mas tudo isto é um mero exercício de opinião que sem exemplos concretos se torna algo fútil, assim aqui vão potencialmente alguns...
1º - Alguer de espaço publicitário no site da Rádio.
Uma fonte de rendimento. Haja “saber” para o explorar a benefício da rádio.
2º - Elaboração de protocolos para a realização de estágios não remunerados.
Hoje em dia estágios não remunerado proporcionam a quem tenta entrar no mercado de trabalho “curriculum” e experiência. Porventura explorando esta vertente, se poderia colmatar a necessidade de pessoas para a programação e outros serviços na rádio. Imagine-se que conseguem celebrar 2 estágio não remunerados por ano, cada um por um período de 6 meses, integrando 2 pessoas por estágio, sem falar no facto de que em muitos casos o IEFP comparticipa em algum montante a entidade que promove estes estágios.... além do mais quantos e quantos jovens na área da comunição não aproveitariam uma oportunidade destas?
3º - Uma instalações mais condignas. Mas a questão coloca-se: - Onde?
Tenham estes rapazes a capacidade de limar as arestas que sempre separaram o executivo camarário (quando não era rosa...) da direcção da rádio e....se das “cinzas” das Saldida F.M. surgiu a SFM...das “cinzas” do antigo Ed.Tavares Gravato surge........ haja “saber estar” e inteligência.....
Diz o povo que o “futuro a Deus pertence” assim o futuro da rádio da Murtosa pertence a estes rapazes. Só esperemos que os seus desígnios não sejam tão misteriosos....