A Velha Senhora
É uma verdade inquestionável que a Murtosa tem hoje uma estação de rádio local bem estruturada e que se contituíu como um marco entre as rádios vizinhas.
Uma estrutura destas não nasce do dia para a noite, é fruto de um empenho evolutivo e de uma caminhada que comecou com meia dúzia de “artistas” que por carolice se empenharam neste projecto e contaminaram outros a juntarem-se a eles.
Longe vão os tempos do micro estúdio em Pardelhas na Avenida 29 de Outubro, onde os jovens se apinhavam na pequena entrada que servia de sala de estar, sala de espera,recepção, sala de lazer..., de igual modo longe vão os tempos em que por falta de colaboradores a meio da noite os cds que ficavam horas intermináveis a tocar, engasgavam qual disco riscado e como seguramente dinheiro era algo que não abundava por aquelas bandas, recorria-se tanto á imaginação (afinal o desenrrasque é uma das caracteristicas nata dos “portugas”) como aos discos que cada colaborador tinha e que por vezes andavam de mão em mão em empréstimos infindáveis (a minha prole derreteu-me alguns nestes empréstimos infindáveis pelos quais ainda hoje choro “baba e ranho”).
Por aquelas alturas era uma rádio á MacGyver onde com uma navalha em um bocado de fita adesiva se faziam milagres.
Evoluiu posteriormente a radio saldida para os estudios no edifício Tavares Gravato em Pardelhas,agora em recuperação, onde conheceu veradeiros momentos de glória e felicidade. Houve tambem muito de “MacGyver” nessa mudança e conta-me a minha prole (alturas houve na época em que não sabia muito bem onde viviam, se em casa ou se se tinham mudado de armas e bagagens para o Ed.Tavares Gravato), que 3 artistas, houve mais e sem qualquer demérito os restantes, deram sangue, suor e lágrimas para colocar aqueles estudios em pé. Muita fita adesiva, muita imaginação á MacGyver e muita dedicação. Para os standards da altura e dada a disponibilidade financeira, que não devia ser nada por aí além, o que conseguiram fazer não foi nada menos que uma verdadeira demonstração de querer, abnegação e amor a um projecto com o qual se empenharam de alma e coração e do qual devem se orgulhar.
Mas os tempos mudam e assim mudam os interesses, umas vezes para bem outras vezes para menos bem. A rádio hoje está instalada na freguesia do Monte, a esta decisão não será alheio o facto de que o presidente da rádio e o presidenta de junta serem a mesma pessoa. Foi a melhor solução? Honestamente não sabemos se foi nem estamos em condições se opinar,pois desconhecemos os detalhes, no entanto á primeira vista não nos parece que tenha sido a mais éticamente correcta, ainda para mais nos dias que correm onde tanto se fala da ingerência ou pelo menos em misturas menos claras entre poder e comunicação social, basta ver que no fim de semana das eleições autarquicas, estando a rádio a transmitir em directo os resultados das eleições, foi precisamente no que toca aos resultados da freguesia onde a rádio se encontra instalada, a freguesia onde o presidente da rádio era candidato e a freguesia onde existia uma probabilidade de se efectuar uma mudança politica que a rádio tentou gerar um suspense até ao limite do inconcebível. Foi uma mera casualidade? Não estamos em crer, pois muito antes da radio anunciar “oficialmente” quem era o vencedor para a junta local, já na rua todos sabiam qual tinha sido o desfecho, ...hhhhhuuummmm......
Antigamente ainda aparecia nos jornais (quando havia jornais, agora voltamos ao cenário do ....jornal....) convocatórias para a assembleia geral da rádio.Á bastante tempo que não vemos uma coisa dessas nas páginas do jornal local.
Ter-se-á tornado a rádio da murtosa numa ditadura oligárquica?
Algumas questões assolam algumas almas murtoseiras (do monte emparticular):
Em que condições foi a rádio instalada na junta de freguesia do monte?
Um pretexto pós autárquico de contornos esquisitos?
E se uma nova composição de junta, saída de uma qualquer eleição, não quizer que a rádio esteja localizada onde está? Poderá obrigar esta a sair e procurar outras paragens?
Será que a escolha do local onde a radio hoje se encontra instalada foi considerada tendo em conta o benefício e o melhor para a rádio ou teve-se em conta o benefício e o melhor para o seu presidente, antecipando futuros cenários?
Não estamos em crer que no universo de cooperantes da rádio, não existam pessoas capazes de assumir os seus destinos, a democracia assenta na pluralidade e na diversificação, neste caso a direcção da rádio está como a direcção da junta onde se encontra instalada.... estagnada, nenhuma das duas é feudo particular de ninguem.
Apesar do esforço em interagir com a população (as festas promovidas pela SFL são demonstação clara disso) a rádio de hoje ainda se apresenta bastante distanciada da mesma é quase como um corpo estranho á murtosa, quando no passado não assim tão distante não era assim.
Os murtoseiros sabem que existe uma rádio no seu concelho, mas não se identificam com ela, contráriamente ao que acontece nos concelhos vizinhos de Estarreja e Ovar onde as suas populações claramente se identificam com as suas radios locais.
A velha senhora dizia que se evoluia na continuidade. Todos sabemos como acabou essa senhora, talvez esteja na hora da radio parar de evoluir na continuidade... quem sabe?
Uma estrutura destas não nasce do dia para a noite, é fruto de um empenho evolutivo e de uma caminhada que comecou com meia dúzia de “artistas” que por carolice se empenharam neste projecto e contaminaram outros a juntarem-se a eles.
Longe vão os tempos do micro estúdio em Pardelhas na Avenida 29 de Outubro, onde os jovens se apinhavam na pequena entrada que servia de sala de estar, sala de espera,recepção, sala de lazer..., de igual modo longe vão os tempos em que por falta de colaboradores a meio da noite os cds que ficavam horas intermináveis a tocar, engasgavam qual disco riscado e como seguramente dinheiro era algo que não abundava por aquelas bandas, recorria-se tanto á imaginação (afinal o desenrrasque é uma das caracteristicas nata dos “portugas”) como aos discos que cada colaborador tinha e que por vezes andavam de mão em mão em empréstimos infindáveis (a minha prole derreteu-me alguns nestes empréstimos infindáveis pelos quais ainda hoje choro “baba e ranho”).
Por aquelas alturas era uma rádio á MacGyver onde com uma navalha em um bocado de fita adesiva se faziam milagres.
Evoluiu posteriormente a radio saldida para os estudios no edifício Tavares Gravato em Pardelhas,agora em recuperação, onde conheceu veradeiros momentos de glória e felicidade. Houve tambem muito de “MacGyver” nessa mudança e conta-me a minha prole (alturas houve na época em que não sabia muito bem onde viviam, se em casa ou se se tinham mudado de armas e bagagens para o Ed.Tavares Gravato), que 3 artistas, houve mais e sem qualquer demérito os restantes, deram sangue, suor e lágrimas para colocar aqueles estudios em pé. Muita fita adesiva, muita imaginação á MacGyver e muita dedicação. Para os standards da altura e dada a disponibilidade financeira, que não devia ser nada por aí além, o que conseguiram fazer não foi nada menos que uma verdadeira demonstração de querer, abnegação e amor a um projecto com o qual se empenharam de alma e coração e do qual devem se orgulhar.
Mas os tempos mudam e assim mudam os interesses, umas vezes para bem outras vezes para menos bem. A rádio hoje está instalada na freguesia do Monte, a esta decisão não será alheio o facto de que o presidente da rádio e o presidenta de junta serem a mesma pessoa. Foi a melhor solução? Honestamente não sabemos se foi nem estamos em condições se opinar,pois desconhecemos os detalhes, no entanto á primeira vista não nos parece que tenha sido a mais éticamente correcta, ainda para mais nos dias que correm onde tanto se fala da ingerência ou pelo menos em misturas menos claras entre poder e comunicação social, basta ver que no fim de semana das eleições autarquicas, estando a rádio a transmitir em directo os resultados das eleições, foi precisamente no que toca aos resultados da freguesia onde a rádio se encontra instalada, a freguesia onde o presidente da rádio era candidato e a freguesia onde existia uma probabilidade de se efectuar uma mudança politica que a rádio tentou gerar um suspense até ao limite do inconcebível. Foi uma mera casualidade? Não estamos em crer, pois muito antes da radio anunciar “oficialmente” quem era o vencedor para a junta local, já na rua todos sabiam qual tinha sido o desfecho, ...hhhhhuuummmm......
Antigamente ainda aparecia nos jornais (quando havia jornais, agora voltamos ao cenário do ....jornal....) convocatórias para a assembleia geral da rádio.Á bastante tempo que não vemos uma coisa dessas nas páginas do jornal local.
Ter-se-á tornado a rádio da murtosa numa ditadura oligárquica?
Algumas questões assolam algumas almas murtoseiras (do monte emparticular):
Em que condições foi a rádio instalada na junta de freguesia do monte?
Um pretexto pós autárquico de contornos esquisitos?
E se uma nova composição de junta, saída de uma qualquer eleição, não quizer que a rádio esteja localizada onde está? Poderá obrigar esta a sair e procurar outras paragens?
Será que a escolha do local onde a radio hoje se encontra instalada foi considerada tendo em conta o benefício e o melhor para a rádio ou teve-se em conta o benefício e o melhor para o seu presidente, antecipando futuros cenários?
Não estamos em crer que no universo de cooperantes da rádio, não existam pessoas capazes de assumir os seus destinos, a democracia assenta na pluralidade e na diversificação, neste caso a direcção da rádio está como a direcção da junta onde se encontra instalada.... estagnada, nenhuma das duas é feudo particular de ninguem.
Apesar do esforço em interagir com a população (as festas promovidas pela SFL são demonstação clara disso) a rádio de hoje ainda se apresenta bastante distanciada da mesma é quase como um corpo estranho á murtosa, quando no passado não assim tão distante não era assim.
Os murtoseiros sabem que existe uma rádio no seu concelho, mas não se identificam com ela, contráriamente ao que acontece nos concelhos vizinhos de Estarreja e Ovar onde as suas populações claramente se identificam com as suas radios locais.
A velha senhora dizia que se evoluia na continuidade. Todos sabemos como acabou essa senhora, talvez esteja na hora da radio parar de evoluir na continuidade... quem sabe?