sábado, setembro 24, 2005

Eleições Autárquicas – Desenvolvimento Cultural

Salvo raras excepções que resultam ou da tradição ou da simples tenacidade dos seus autores a Murtosa é um deserto cultural, recheada de “Dotores”
Tirando o Festival da Canção que é um manifesto exercício de tenacidade do seu organizador que até virou tradição, todas as outras demostrações de cultura no nosso concelho são esporádicas , isoladas ou não sobrevivem.
Tempos houve em que habitava um Orfeão na Tavares Gravato, que participava em encontros fora do concelho. Desapareceu como a “Lâmpada de Ìlhavo”, sem deixar rasto, volta e meia vêm a luz do dia algumas peças de teatro levadas á cena, mas são actos isolados, no entanto a capacidade existe, basta ver o resultado da encenação “Murtosa Revisitada”, levada á cena na Murtosa e nos Estados Unidos.

O Pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Murtosa mereçe tratamento de pelourinho.
É uma nulidade.
Revitalize-se as colectividades incentivando-as a organizar actividades culturais.
Não sou apologista da atribuição de subsídios a torto e a direito , mas não me oponho á sua atribuição específica a quem apresentar um plano de actividades estruturado e que o cumpra á risca, podendo vir a ser penalizada caso não o venha a executar.

As colectividades da Murtosa do meu conhecimento são :
Centro Recreativo Murtoense (CRM) - Pardelhas
Associação Cultural e Desportiva do Monte ( ACDM ) - Monte
Sport Marítimo Murtoense ( SMM ) – Murtosa
Associação Cultural Bunheirense ( ACB ) - Bunheiro
Sei que existe algo na Torreira e nas quintas, “mea culpa” por não as saber chamar pelo nome.
Estas colectividades estão culturalmente moribundas, senão vejamos :
Tiramos o andebol ao monte e o que resta? , pouco ou nada. Será que aproveitando-se da sua forte vocação desportiva não se podiam organizar uns saraus desportivos?
Tiramos o futebol ao Marítimo e o que resta? Nada!, Aqui admito ser o caso mais ”bicudo” de se resolver, mas concerteza que se resolveria.
Ao CRM já se tirou quase tudo, sendo que é a colectividade Murtoseira com maiores potencialidades, um diamante bruto á espera de ser lapidado.
Enfim, são meros exemplos do estado das nossas colectividades.
Que se divulge e publicite as festividades de maior impacto social que a Murtosa tem, como as festividades do S.Paio. É um óptimo cartão de visita ao concelho e quem vem acaba por gostar e voltar.

Que cultura tem hoje a Murtosa para oferecer aos Murtoseiros ?
Nenhuma em minha opinião, então se não tem para consumo interno na cabeça de quem, se acha que terá para consumo externo?

Ah já sei nos responsáveis pelo pelouro da cultura da Câmara Municipal da Murtosa.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Eleições Autárquicas – Desenvolvimento Industrial

Diz a lei que os Murtoseiros terão que escolher este ano que direcção querem para os destinos do concelho, mais do que ideias e projectos dever-se-ia ter também em conta o perfil das pessoas que encabeçará os nossos “sonhos” pelos próximos 4 anos, infelizmente no nosso concelho, salvo uma rara excepção, a politica é cega ou melhor monocromática.
Por vezes chego a pensar no absurdo de que se se colocasse a burra do Zé Nédio a concorrer era ainda capaz de ganhar o raio das eleições e para dissipar dúvidas assumo desde já que sou Social Democrata, embora desencantado mas sou.
Quero uma Murtosa mais moderna, quero a Murtosa no MAPA.
No mapa das agendas políticas regionais e distritais, no mapa das agendas culturais e no mapa do desenvolvimento industrial, a questão que me assola a alma é como?
Comecemos pela última – Desenvolvimento Industrial.
O que é que se está a fazer para captar novos investimento para o concelho?
Posta a questão d’outra forma :
Eu que tenho dinheiro porque é que o deverei investir na Murtosa? O que ganho com isso ? Estas perguntas têm que ter uma resposta pratica e objectiva. A título de exemplo; constou-se há tempos que uma grande/média superfície tinha interesse em se instalar na zona industrial mas depressa desistiu disso devido aos entraves que lhe foram sendo colocados em prol de um proteccionismo ao comércio tradicional. Será que o comércio tradicional na vizinha Estarreja desapareceu com o aparecimento do Intermarché e do Lidl? Será que a Câmara de Estarreja não pensou no impacto sobre o comércio tradicional ou será que simplesmente teve a sagacidade de negociar as devidas ou algumas contrapartidas por forma a acautelar os dois interesses antípodas que estas forma de comércio representam e a minimizar o impacto da primeira sobre a segunda ?

Que industrias interessam que se venham instalar na Murtosa?
Temos ao menos essa noção empresarial?

Aqui, do meu ponto de vista, só nos restam duas opções dado que me parece que não sabemos muito bem o que queremos.
A primeira opção resume-se a fazer o que se tem feito até agora na captação de novos investimentos para o concelho ou seja pouco ou nada a segunda opção limita-nos a aceitar tudo o que nos aparecer pela frente o que dado a nossa ignorância em termos de estratégia empresarial comporta um elevado risco de vermos a Murtosa transformada no que não queremos, sorte a nossa que nesta matéria o país está em crise e oportunidades de investimento não abundam ao virar de cada esquina, mas alguma dia a sorte acaba.

Tornem a Murtosa atractiva ao investimento externo, estabeleçam programas de apoio a potenciais investidores e fomentem protocolos de cooperação a fim de promover a criação de mais emprego, aliviem os encargos tributários que as empresas terão que pagar para se instalar, negociando com elas contrapartidas para tais benesses.
Decida-se sem medo, sabendo que não se vai agradar e todos mas que as decisões que se tomarem, apesar de poderem ser sujeitas a alguma oposição , são para o bem colectivo do concelho.
O risco que comporta esta postura tem que ser assumido frontalmente e prefiro de longe uma má decisão, que uma vez reconhecida pode ser alterada, que nenhuma decisão.

Pelo menos a primeira ajuda no processo de aprendizagem.

sábado, setembro 10, 2005

Minha Murtosa...


Minha Murtosa Posted by Picasa


Minha Murtosa, ó minha terra bendita !
Fazes lembrar um canteiro cheio de lindas flores.
Tens uma ria, tens encanto, tens beleza,
Ès terra bem portuguesa és terra de pescadores.

Minha Murtosa, ó minha terra natal,
Mãe de quatro freguesias plantadas á beira mar.
Tú como Mãe és meiga e carinhosa,
Delicada e perfumada tal e qual como uma rosa.

Minha Murtosa ó meu berço pequenino,
Onde nasci e onde vivo e onde desejo viver.
Se algum dia eu tiver que te deixar
É na esperança de voltar um dia para te ver.

Não acredito que não haja Murtoseiro que viva fora da Murtosa que não sinta na alma a profundidade destes versos.
Que Murtoseiro nunca se abeirou duma costa maritima num qualquer lugar do mundo e virado ao mar fechou os olhos e por breves instantes se imaginou defronte á praia da Torreira?
É um exercicio que invariavelmente leva sempre um sorriso aos lábios e por vezes uma lágrima ao canto do olho.
As coisas andam complicadas por aquele pedaço da Lusitânia, pelo que me contam e pelo que leio. A Murtosa tem vontade de avançar mas arrasta-se no tempo, está cheia de pensadores e beneméritos mas são todos virtuais e com falta de mais gente que arregaçe as mangas e faça realmente qualquer coisa pela Murtosa pois os que existem são poucos.

Se até certa altura era somente a distancia que alimentava a saudade hoje existe tambem o estado em que a Murtosa se encontra e para onde parece caminhar que a quer votar ao ostracismo.
Escreve-se muito,critica-se ainda mais sob uma capa de critica constructiva, mas sendo ela constructiva ou não , daqui não passa e quando se torna necessário dar corpo ás criticas a “porca torçe o rabo”.

Agora que as férias acabaram, há que voltar ao “ram-ram” das nossas vidas na vã esperança de que quando p’ro ano voltarmos á nossa terra as coisas estejam um pouco, só um pouquito melhores.

sábado, setembro 03, 2005

S.Paio da Torreira

É sem qualquer sombra de dúvida a maior festa do concelho da Murtosa.
A quantidade de gente que á Torreira aflui por alturas da primeira semana de Setembro é avassaladora e no entanto é uma festa de consumo interno.

Se o S.Gonçalo já tem honras televisivas e a tradição aparece descrita em alguns sites dedicados á maleita que cura, por que raio é que uma festa das dimensões do S.Paio não é projectada para fora do concelho e do distrito?

Será que as televisões só conhecem o caminho para a Murtosa quando acontecem desgraças? Sabe-se que a desgraça alheia vende, mas por alturas do verão aparecem nos noticiários as romarias “aqui” e “acolá” sendo que a Murtosa com a sua festa não deve fazer parte nem daqui nem d’acolá e de quem é a culpa?

Há anos que esta morre solteira infelizmente.Existem organizações que se podem “pressionar” para que se divulguem estes acontecimentos , Rota da Luz e congéneres de outras regiões de País, Rotary Clubs, Rádios Locais e uma que me é particularmente querida a TAP Air Portugal...SIM...!
Quem viaja com frequência sabe que quando se está a chegar ao destino leva sempre com aquele vídeo promocional da região para onde vamos, o mesmo sucede quando estamos a chegar a Portugal. Será que alguém já questionou o que é preciso fazer para incluir um breve trecho da Murtosa naquele spot publicitário?
Veja-se a “coisa” desta maneira por exemplo, a TAP aumentou o número de voos entre Lisboa e Newark e concerteza que só o fez porque reconhece a importância da ligação, vendo a questão sob o prisma da importância da comunidade Murtoseira em Newark.... Alguém quer que lhes façam um desenho?
Pode dar em nada mas é um começo, a abordagem é interessante e em meu entender concretizável para se iniciar o que quer que seja, agora se não se tentar nada feito, é o marasmo em absoluto.

As festividades do S.Paio da Torreira são um cartão de visita excelente para a Murtosa , porque raio é que não é aproveitado?

Não interessa ou as pessoas não têm capacidade para mais?
Creio que se instalou um sentimento cada vez mais crescente de comodismo face ao sub-desenvolvimento do concelho do tipo: Olha é o que é e não se pode fazer mais nada” ou então “ Temos que aceitar o nosso destino”. Passam a vida a desculpar-se por forma a justificar a sua ineficácia.

Esta postura derrotista só favorece os oportunistas e desses está a Murtosa cheia. É boa terra a Murtosa, uma bela Madrasta mas uma péssima Mãe, infelizmente talvez não por culpa própria.

Pelo menos EU já estava farto das “istorinhas” e felizmente não era o único.