sexta-feira, fevereiro 23, 2007

SAP da Murtosa - ADEUS !

Por edital de 27 de Novembro de 2006, também disponível no site da CMM, se ficou a saber que ficou aprovado em Assembleia Municipal uma moção que pretende vincar a determinada oposição ao encerramento do SAP do centro de saúde da Murtosa e já agora também dos serviços de urgência do Hospital do Visconde de Salreu.

Lendo a dita Moção, ficamos a saber quais os argumentos esgrimidos:

- Reconhecida falta de eficácia a nível de transportes públicos.
- Dificuldade de deslocação dos mais desfavorecidos.
- População com pirâmide etária invertida e consequente aumento de necessidades e cuidados.
- Características de sazonalidade que triplicam a população carente de cuidados na época de veraneio.

Postos perante estes factos o que é que podemos deduzir:
Primeiro: Se o Governo insistir e quiser mesmo fechar FECHA, mas nós Murtoseiros ficamos ao menos gratos pela vitória moral pois elaboramos uma Moção… Nem nos vamos dar ao trabalho de ir ver como que é que a C.M. Estarreja se posiciona sobre a matéria do potencial fecho das urgências do Hospital de Salreu só para não ficarmos mais maldispostos…

Segundo: Não nos parece que o executivo esteja preparado com qualquer plano de contingência caso o fecho se venha mesmo a verificar, ou vão ficar sossegados e de consciência tranquila quando os problemas se começarem a avolumar, tendo sempre pronta na ponta da língua a resposta habitual de que nada podem fazer sendo que até aprovaram uma moção contra, mas o Governo é soberano e a responsabilidade é deles… Mas que bem que isto vai saber a quem precisar de cuidados imediatos e não os tiver!!!

Terceiro: Será que já notaram a imagem “coitadinha” que se está a transmitir do concelho, senão vejamos: Temos uma rede de transportes públicos deficiente, graças a Deus que ainda temos os burros do Nédio e do Paulino…
Temos uma população cada vez mais envelhecida, pudera… o concelho estagnou, não se criam quaisquer condições para fixação de população mais jovem quiçá através do incentivo á fixação de industrias no concelho que criem postos de trabalho…
No verão, fruto dos nossos recursos naturais que não sabemos potenciar, a Murtosa fica um caos autêntico, nem um miserável plano conjunto com as forças policiais se consegue fazer por forma a minimizar o caos do transito de e para a Torreira no verão.
Houve um ano em que alguém se lembrou de fazer um plano destes com a GNR e as coisas funcionaram…duas vias a sair da Torreira que na zona do restaurante a Tricana, confluíam para a via normal, quem ia para a Torreira, virava no acesso da Tricana e ia sair á capela de S.Paio…simples practico mas acima de tudo EFICAZ !!!!

Quarto: Apesar de tudo somos bons vizinhos, pois damo-nos ás dores dos outros, assim sendo cá estamos nós publicamente a assumir a defesa dos interesses dos Estarrejenses.
Sim é verdade que nós Murtoseiros temos interesse e muita utilidade no dito serviço de urgências, mas o Hospital da Feira não fica assim tão longe quanto isso, um pouco mais que Salreu é verdade mas nenhuma calamidade, alem do mais é de longe preferível ao Hospital de Aveiro…, mas nós não temos “fronteiras” com Vila da Feira…

Resumindo, sentimo-nos satisfeitos por termos aprovada uma moção, daqui não passamos e quando o encerramento se efectivar, resignamo-nos porque coitadinhos somos “piqininos” e nada podemos fazer senão aceitar e calar.
Só espero que tiradas destas seja os últimos cartuchos de 2006 que o executivo tem para andar a dar tiros nos pés.
Que em 2007 acordem em definitivo para a realidade que os rodeia pois sendo verdade que o “papel” é importante, que não se limitem a ele.

Continuamos a achar que o executivo ainda tem capacidade para inverter esta situação, só têm é que se tornar mais pró-activos e “descerem um pouco á Terra”

terça-feira, fevereiro 13, 2007

The Day After

De acordo com o site da Comissão Nacional de Eleições, são estes os resultados do referendo do passado dia 11 de Fevereiro:

SIM: 59.25%
NÃO: 40.75%
BRANCOS: 1.25%
NULOS: 0.68%
ABSTENÇÃO: 56.39%

1ª Conclusão: Menos de metade da população de Portugal se dignou expressar o seu voto ou seja Portugal ainda não está, nem de longe nem de perto preparado para discutir a questão do aborto. As razões podem ser as mais variadas, desde os discursos por vezes extremos de parte a parte, até á iluminação celestial de alguns políticos da nossa praça, onde não bastando as diversas infelizes tiradas ao longo da campanha, em noite de referendo fazem as mais que disparatadas alusões aos católicos… Claro que só podíamos estar a falar do inenarrável Francisco Louça.

2ª Conclusão: A questão do aborto foi mais do que uma questão de consciência, mais que uma questão de verdadeiramente querer fazer algo que de forma assertiva ajudasse a resolver esta problemática, foi uma questão POLITICA, tão só porque se tratou de uma promessa de campanha eleitoral do PS e tratada como só o PS o sabe fazer ou seja quando o problema do seu ponto de vista ou tem uma resolução difícil ou quase impossível então legaliza-se o mesmo. Foi esta precisamente a mesma abordagem que foi tomada a quando da discussão da despenalização das drogas leves que levou ao “nascimento” do aborto publico designado por salas de chuto.

3ª Conclusão: Havendo no futuro próximo uma alteração no quadro politico em Portugal, dado os resultados obtidos neste referendo, com particular destaque para o nível de abstenção, torna-se lícito que o quadrante politico vingente na altura, arvore como sua bandeira de campanha uma nova consulta popular sobre a matéria.

Batemo-nos CONTRA a liberalização do aborto e mantemos a nossa posição firmemente, resta agora ver:
- Os níveis de abortos clandestinos a diminuir drasticamente.
- Os custos do SNS não dispararem e estarem preparados para enfrentar o que aí vem, pois se os abortos clandestinos eram assim tantos quantos os advogados durante a campanha, toda essa gente vai agora acorrer aos hospitais ou estabelecimentos legalmente autorizados para a pratica do aborto.
- Como a comunidade médica vai reagir á imposição da lei em praticar um aborto, mesmo quando isso choque frontalmente contra as suas convicções, pese embora neste capítulo mais uma vez o inenarrável F.Louçã não reconheça o direito á objecção de consciência …
- O número de mortes a diminuir drasticamente.
- O aborto constar na lista de contraceptivos.
Não vamos ficar a aguardar num canto escuro a ver o castelo ruir, para quando estiver tudo em chamas sair e gritar: Mas não vos avisamos de que seriam estas as consequências? – Vamos ficar atentos, participar, chamar á atenção quando as coisas começarem a descarrilar, propor soluções alternativas e esperar que o pior não aconteça.

Pena é que a nossa praça politica só queira seguir o que de pior exemplo nos pode dar alguns países da Europa.
Politicas sociais como existem na Holanda, Suiça ou no Luxemburgo?...
Não muito obrigado, preferimos abortar…
Politicas que promovam um planeamento sexual equilibrado, onde a informação chegue a todos e seja acessível e comparticipada ou até gratuita?...
Não muito obrigado, preferimos abortar…

Andamos ás arrecuas e parece que não sabemos andar de outra forma.

Liberalizar não é solução. Abortar a pedido só porque SIM… não é solução.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

ELA VIVE...

Pois é... finalmente começamos a ver a blogosfera Murtoseira a dar de si e a comentar, embora timidamente a questão do aborto e do referendo do próximo dia 11 de Fevereiro.

Já começavamos a pensar que quando se trata de "opiniar", seja ele a favor ou contra o direito á vida, a "nossa blogosfera" só reage se a questão se centrar no reino animal ou seja talvez se referendassemos o direito a deslocalizar ou não ninhos de cegonhas isto entrava em ebulição...
Mas como "somente" estamos a falar da condição de vida Humana, sejamos nós a favor ou contra o que se vai votar no próximo dia 11 de Fevereiro e sendo o tema delicado o silêncio é a opção mais confortável e menos comprometedora...