segunda-feira, outubro 24, 2005

O Cais da Béstida



Sei que dinheiros a fundo perdido são isso mesmo , perdem-se no fundo de uma qualquer coisa....

Então foi p’ra isto que “ressuscitaram” o cais da béstida?
Antes a morte que a má sorte diz o povo.

Voltou o cais á sua velha sina antes de lhe terem dado um sopro de esperança de que se calhar ainda poderia vir a representar um papel de relativo interesse na vida dos Murtoseiros.
Longe os tempos de glória em que a sua utilidade foi inquestionável até á construção da ponte da varela, mas certamente não merecia a sorte a que foi votada durante anos a fio até que umas almas movidas por um qualquer dever “p’ro bono” em prol da Murtosa lhe resolveram devolver , não a sua utilidade primária mas a sua dignidade como marco da história da Murtosa.

Tanto se escreveu e tanto se enalteceu na altura os “p’ro bonos” Murtoseiros e verdade seja dita que enquanto durou o espirito “p’ro bono” era um dos locais mais aprazíveis de se estar, uma alternativa á Torreira e um encanto de perder de vista.

Quantas promessas de amor foram forjados naquele cais entre travessias ?
Quantos suspiros ouviu aquele cais e quiçá ainda ouve ?
Quantas serenatas inspirou ?

Dos que usufruiram da sua utilidade primária muita saudade, boas memórias e histórias devem reter e hoje ao olhar o que sobra do cais da béstida ,perdida num fundo qualquer dum lugar qualquer que só Deus e poucos mais saberão, resta-lhes dizer com uma mágoa que concerteza lhes tolda a voz : “Antes a morte que a má sorte.”

Já nem avento a possibilidade de se tentar rentabilizar económicamente o local, mas por dever aos cargos que ocupam e por respeito aos Murtoseiros que os colocaram nesses lugares, devem e em minha opinião e a isso são obrigados, os dirigentes politicos da Murtosa mostrar alguma vontade em encontrar uma solução condigna para esta questão, nem que seja relegar de uma vez por todas para um fundo qualquer perdido do olhar estas intenções\acções que de beneméritas e “p’ro bono” só existem na interpretação pessoal dos interesses pessoais de quem as patrocina.

A Murtosa não precisava disto.

Cais da Bestida Posted by Picasa

sábado, outubro 15, 2005

Precursores da criação do Concelho da Murtosa

O direito à liberdade administrativa da Murtosa foi reclamada nas Cortes, em sessão de 27 de Abril de 1898, sendo representante do respectivo projecto de lei o douto jurisconsultor e deputado Dr. Barbosa de Magalhães, por força e mérito do movimento autonómico da geração Murtoseira de 1898, no qual se destacaram os seguintes homens:

Albino R. Sebolão
António Augusto V. Almeida
António M.M.Vilar
António Valente de Almeida
Filipe J. Tavares
Francisco J. S. Vagueiro
João Valente de Almeida
Joaquim M. S. Gravato
Joaquim M. S. Gravato (Júnior)
José Maria Barbosa
Manuel J. Cardoso Cunha
Manuel J. Lopes Pereira
Manuel de Oliveira Ramos
Manuel M. Barbosa
Manuel M. R. Sebolão
Miguel V. A. Silva
Pe. Manuel J. Valente
Pe. Rodrigo L. Tavares
António F. Matoso
António J. Pinho
Joaquim Soares
José Maria Soares
Manuel Matoso
Tomaz Biker
João P. M. Vilar
Domingos M. Matos

As origens de muita desta gente escapa a muitos, principalmente a quem tem o dever de os homenagear e honrar pela sua luta na defesa do que consideravam digno, necessário e justo.

Que os recentes eleitos pelo menos retirem do trabalho desta gente a seguinte ilação :
Quando veradeiramente se quer algo e se põem todos os recursos a trabalhar para o bem colectivo, tudo se pode e tudo se alcança.

Que sirva de exemplo.

segunda-feira, outubro 10, 2005

A Murtosa de Lá e a Murtosa de Cá – Parte I

Que benefíicios practicos é que os Murtoseiros tiraram da geminação entre a Murtosa e Newark? – á primeira vista nenhuma o que não quer dizer que não existam, sendo que em minha opinião o primeiro poderia ser politico.

Estamos em ano de eleições autárquicas e todos sabemos que nesta matéria o horizonte é desértico ou seja as pessoas são as mesmas, as ideias são as mesmas o que implica que no final acabado o escrutínio, o resultado será o mesmo ou seja um executivo salazarista do ponto vista evolutivo, pois será a Murtosa uma vez mais confrontada com mais 4 anos de “Evolução na Continuidade”...

Sendo assim e tomando proveito do velho hábito Murtoseiro de andar sempre a pedir aos emigrantes uma ajudazita, os Murtoseiros radicados em Newark, ao abrigo do protocolo da geminação, poderiam e quiçá me atrevo a dizer, deveriam candidatar-se á Câmara Municipal da Murtosa, nem precisavam de filiar-se em partido algum, concorriam como independentes, é o que está na moda....

Toda a experiência adquirida colocada ao serviço público dos Murtoseiros, daria concerteza o impulso evolutivo que em primeiro lugar a Murtosa tanto necessita e em segundo lugar que tanto se apregoa no verão quando visitamos o “burgo” e se tanto nos orgulhamos quando vemos os nomes dos nossos Murtoseiros a serem destacados por terras de “Uncle Sam “ mais concerteza nos orgulhariamos se eles estivessem ao serviço da Murtosa própriamente dito.
Admito que os “velhos do restelo” lá da terra iriam ter alguma dificuldade de início mas depois acredito piamente que não iriam querer outra coisa e todos sairiamos beneficiados tanto os de lá como os de cá.

Poderia ser uma campanha “bilingue” e digna de ser registada em todos os telediários nacionais, faltava só arranjar um slogan apelativo, tanto aos de lá como aos de cá e a coisa estaria practicamente garantida, penso de que.
Podia ser qualquer coisa como :

“A... for President, for a Murtosa of the 21st Century”

“ Para uma Murtosa do século 21, vote A… para Presidente”


Aceitam-se sugestões, porque estas eleições já foram e convém começar desde já a preparar as próximas, se bem que só sejam daqui a 4 anos, mas de “pequenino é que se torçe o pepino” e uma campanha bem conseguida leva o seu tempo a preparar...

segunda-feira, outubro 03, 2005

Eleições Autárquicas – Desenvolvimento Politico

Existe desenvolvimento político na Murtosa ou á semelhança do traçado do IC1 se deixa a defesa intensa e sem tréguas dos interesses do concelho entregue á retórica de outros, que têm por obrigação zelar pelos seus próprios interesses e não os nossos?

Pode-se enquadrar inúmeras interpretações e contextos para "Desenvolvimento Político", o que contextualizo neste “post” tem a ver com a desenvoltura do executivo em assumir directa e frontalmente a defesa sem tréguas dos interesses do concelho. Parece que temos gente amorfa e sem garra á frente desta terra, “muita parra e pouca uva” ,muitos intelectuais e poucos “fazedores”.

Outro exemplo é a questão da Bandeira Azul para a praia do concelho,abdicaram da Bandeira Azul porque não concordavam com os critério de atribuição? Punhamo-nos na pele de um forasteiro, constata que a praia da Torreira não tem bandeira Azul, implicitamente na sua mente se cria a ideia de que a mesma não tem qualidade, daí não vai lá. É simples o raciocínio, no entanto as mentes prodigiosas que estão á frente do destino da terra, por discordarem dos critérios de atribuição, desistem de a obter para a terra e ainda se auto-elogiam ?
O que se pede ao novo executivo que sair destas eleições é que acima das suas convicções pessoais, ponha os interesses da Murtosa e que pelos interesses da Murtosa, dêm um cunho pessoal á sua actuação e convictamente defendam os interesses do concelho até ás suas últimas consequências.

O que temos visto ao longo destes anos é um desenvolvimento do amorfismo intelectual do executivo presente e de executivos passados. A Murtosa precisa de gente com a tenacidade de um António que DEUS chamou para junto de si precocemente e com isto não advogo o retorno a practicas "difíceis" quão difícieis eram os tempos que se viviam na altura, mas que se tenha ORGULHO em ser Murtoseiro e que isto se demonstre e não seja somente dita da boca para fora.

Existem terras perdidas por esse Portugal fora que não se coibem em assumir tomadas de posição mais forte e extremas a fim do bem colectivo do povo que os elegeu, em que é que os Murtoseiros nisso são ou deverão ser diferentes?
Tambem não temos direito a reclamar junto de quem de direito por forma a fazer valer os nossos interesses ou devemos nos remeter a um eterno carpir de mágoas e lamúrias?
Existe alturas na vida de um homem em que ele é obrigado a tomar a decisão de dar um passo em frente mesmo sem saber onde pisa em detrimento de somente “jogar pelo seguro”, isto implica coragem e fé, coisa que não abunda nos dias que correm pela Murtosa.

A Murtosa infelizmente padece de uma “Evolução na Continuidade”