sábado, agosto 27, 2005

Ondas no Éter

O que começou por ser caroliçe de uns quantos, passados alguns anos transformou-se numa instituição Murtoseira á qual na altura do seu lançamento poucos se conseguiam alhear mas que hoje poucos lhe prestam a devida atenção, para a maioria dos Murtoseiros a Radio Saldida (como ainda é conhecida por muitos) ou a SFM (designação que ostenta nos dias que corre).

Creio que ninguem questiona a qualidade da musica que hoje é emitida pela SFM,pois gostos não se discutem, no entanto exigir-se-ia muito mais de uma radio local, quiçá uma maior integração com a população murtoseira, que vá além de uns directos do S.Paio ou a cobertura de umas quaisquer eleições.

Tempos houve em que muitos eram os estabelecimento na Murtosa e fora dela inclusivé onde se ouvia a Rádio Saldida sintonizada, hoje essa realidade parece ser algo longínqua, quiçá evoluiu a nossa rádio para outro quadrante paralelo á dos interesses da comunidade e como sabemos duas linhas paralelas nunca se cruzam...

Acredito piamente que os “percursores” da Radio Saldida, da SFM e da Radio Maresia ao relembrarem os propósitos da sua caroliçe, hoje pouco se revejam na nossa rádio.

Entrevistas, programas culturais e\ou outro tipo de programas que levem a população a intergir com a rádio (já que a rádio parece ter pouca vontade de interagir com a população ou só se encontra vocacionada para interagir com determinado segmento da população) creio terem o seu espaço tanto na SFM como em qualquer rádio local, poder-se-á advogar que não existem ou se torna dificil encontrar pessoal ou qualificado ou com vontade de se dar ao trabalho de elaborar um programa desses e aqui se cria o terreno propício a determinados “vampiros” que só aparecem nas ocasiões onde as “luzes da ribalta” enfoquem os seus propensos pseudo dotes beneméritos , por vezes ostentanto uma aura qual D. Sebastião saído das brumas da noite para salvar a pátria, infelizmente a Murtosa esta cheia deles, SFM inclusivé... a estes “vampiros” chamo-lhes “lastro da evolução”, pois só servem esse propósito, o de lastro.

Aos “eternos” dirigentes da SFM seria de louvar que de vez em quando deixassem o seu ego “Sebastianico“ de lado e se lembrasssem de que “sem ter mais olhos que barriga” se alargassem o espectro do nicho da população a que pretendem fazer a SFM chegar e a trouxessem um pouco mais perto da população Murtoseira, de TODA a população Murtoseira, todos lucrariam mais e sem margem para dúvidas estariam a prestar um serviço de verdadeira utilidade publica.

Quiçá precise a SFM de sangue novo que lhe proporcione uma prespectiva nova pois as colectividades ou associações não são feudos de nenhum Murtoseiro, rádios inclusivé....

Mas isso já são contas d'outro rosário.

sábado, agosto 20, 2005

Pedradas no Charco – Fábrica das Enguias


Nova Sede da JUNTA de FREGUESIA de PARDELHAS Posted by Picasa

Que destino cruel para as instalações originais de uma das mais emblemáticas empresas do nosso concelho, mas será que não há salvação possível ou não existe vontade de encontrar uma solução ?

Sem querer abordar a questão de propriedades (que não sei de quem é), acho lamentável o estado degradante em que o edifício se encontra, um cartão de visita muito bonito para quem entra no concelho por aquela zona.

Olha uma pedrada no charco :

Não ficaria a Saldida FM tão bem instalada naquele edifício?

Olha outra pedrada no charco :

Pardelhas era elevada a freguesia, a placa que delimita o Monte andava uns metros (já não seria a primeira vez por isso ninguém estranhava mais esta) e serviria o antigo edifício da fábrica das conservas como a sede da Junta de Freguesia de Pardelhas.

E registavamos o evento no Diário da Republica ...............

E esta Heim ?

segunda-feira, agosto 15, 2005

Baile da Paróquia

Quem por estes dias visitou a Murtosa, mais precisamente Pardelhas, terá concerteza estranhado o rasto de lixo que um dia destes ia desde o C.R.M. até ás imediações do ilustre Café da Terra.

Valia de tudo, desde copos plásticos nas soleiras das portas, garrafas plásticas de água, garrafas de vidro de sumos deixadas espalhadas pelos passeios, enfim mais parecia um “arrastão de lixo” que tinha assolado Pardelhas.

Vim mais tarde a saber que tamanha porcaria se tinha ficado a dever a um “arraial” de colunáveis cá do burgo e arredores, que todos os anos se realiza e que infelizmente resolveram optar por Pardelhas este ano. A “coisa” durou até de madrugada e houve quem pedisse autorização para ter portas abertas até mais tarde que o habitual, dada a importância das “espécies” que estariam presentes no arraial.
O acesso estava condicionado a convite personalizado, pois claro.

A minha indignação é tanta que só me ocorrem dois comentários :

O Primeiro vai direitinho á espécie que por cá passou, com um pouco de sorte, um deles sabe ler e até tem computador e pode ser que se depare com este meu post :
Vão ser porcos e javardos para outra freguesia que nós por cá dispensamos.

O Segundo vai direitinho para as almas que autorizaram tal manifestação de falta de educação e civismo colectivo.
Deviam garantir que as “aves raras” deixavam o arraial tal qual como o encontraram ou então vinham os próprios limpar.

Só me resta satisfazer uma curiosidade, que é a seguinte :
Se a máquina fotográfica que acompanha o nosso ilustre ardina qual telégrafo sempre pronto para entrar em acção estava por esses dias avariada e por isso não consegui registar o evento.
Pese embora muitos tenham sido os comentários de que tal demostração de desrespeito deveria ser publicitada, no seu site...népias, mas pode ser que saia na versão em papel ou será que optou por discretamente fazer-se de cego, surdo e mudo na vã esperança de ser incluído no restrito grupo de “indígenas” ? ou então alguns dos indígenas em questão são amigos e nestas coisas de olhar pela vida há que saber escolher bem os inimigos mas melhor ainda os amigos.....

Fico á espera p’ra ver...

quinta-feira, agosto 04, 2005

Até Sempre Rubirosa...


Porfirio Rubirosa Posted by Picasa

Nestas coisas da vida, quando “saimos de cena” não nos é facultada a hipótese de um “encore”, saimos e pronto.
É uma realidade que a condição humana aceita com algum custo, resta o consolo de que tenhamos deixado marcada de alguma forma a nossa passagem por esta vida...

O Porfírio foi uma dessas pessoas.

Saiu de cena inesperadamente, não teve direito a “encore” ( ninguém tem ) mas merece o aplauso das nossas almas, um aplauso forte e sentido que perdurará na memória de muitos por longo tempo.

“ Ó senhor Rubirooosaaa, dê-nos uma boleia p’ra Torrera home...” – frase das vendedeiras de peixe que perdurará na memória de muitos com um sorriso eterno.

Lembrar-se-ão do Porfírio pela sua dedicação á Santa Casa tanto na Mesa de Irmãos como vestido a rigor nos cortejos que acabavam sempre com o Rubirosa a leiloar as mais diversas oferendas...
O Grupo Coral e o extinto Orfeão da Murtosa lembra-lo-ão pela voz...
O PSD pelo activismo politico e a Paróquia de Pardelhas.....a sua amada Pardelhas, pelo empenho e dedicação quando era preciso, o Salão Paroquial que o diga...
O Porfírio viveu a Murtosa, viveu pela Murtosa, mesmo quando a vida lhe quiz ser “madrasta” nunca virou as costas á Murtosa e por isso marcou a Murtosa.
Há pessoas assim...

A imagem mais querida que tenho do “Bira” é a do sketch da Caldeirada...
Uma amigo arranjou-me o texto que agora transcrevo.
Quem conheçe o sketch imediatamente vê o Porfírio de sorriso rasgado...

E cando nós nos casemos, tú lembras-te Maria ?
Aquilo é que foi comer. Nunca me esquece esse dia.
Ó se m’alembro Manel, isso lá pode esquecer
Eu até fiquei inchada de comer e de beber

Foi galinha e arroz doce,vinha branco e vinho tinto
Eu nem me quero alembrar, ó que saudades eu sinto
Até comemos bananas e pessegos de caroço
Ainda sinto na boca o gosto daquele almoço

E óspois o retratista, tirouo nosso retrato
E fiquemos muito lindos tu de vestido e Eu de fato
E no fim fomos p’ra Aveiro, tu alembras-te Manel
Á ida foi de camboio á vinda de mercantel

Foi verdade foi Maria, desse dia tenho pena
Nu, t’alembras quíncalhamos lá na cabeça da trena
Imos na proa quentinhos, que nem num quarto d’hotel
Aquilo é que foi dormir, tu alembras-te Manel

Recordemos com Soidade, o tempo que já lá vai
- Agora que já sou Mãe
- Agora que já sou Pai
E juntinhos sempre assim, um lindo par nós fazemos
Senão comermos agora não faz mal que já comemos
Senão comermos agora não faz mal que já comemos

Nunca se diz Adeus a um amigo, mas um até sempre...
O Céu ficou mais alegre neste mês de Agosto de 2005...
PS:
O Dr. Manuel Arsêncio concerteza que me perdoará o facto de ter utilizado uma foto do Porfírio publicada no seu blog, mas creio que facilmente me perdoará a ousadia dado o fim do seu uso.
O seu post : “Só se morre quando se é esquecido “ é um belo tributo ao amigo Porfírio.